29 de outubro de 2007

ENTREVISTA: DEPUTADO DR. ROSINHA (PT-PR)


Na semana em que a CREDN (Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional) da Câmara dos Deputados aprovou a Mensagem 82/07, do Poder Executivo, que ratifica o protocolo de adesão da Venezuela ao Mercosul, a Arko América Latina conversou, em entrevista exclusiva, com o deputado federal Dr. Rosinha (PT-PR), relator da matéria.


Rosinha é titular da CREDN (Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional) e da CPCM (Comissão Parlamentar Conjunta do Mercosul, conhecida também por Representação brasileira no Parlamento do Mercosul). Também é o vice-presidente brasileiro no Parlamento do Mercosul.


ARKO AMÉRICA LATINA: Deputado, após os últimos acontecimentos envolvendo o presidente Hugo Chávez (Venezuela) e o Congresso brasileiro, o ingresso da Venezuela como membro-pleno do Mercosul está inviabilizado? Por quê?


DR. ROSINHA: Não. As declarações do presidente venezuelano geraram muitos debates e criaram alguns atritos e dificuldades de tramitação da Mensagem de adesão da Venezuela ao Mercosul. Creio que boa parte das resistências foi debelada com o debate democrático.


AAL: No mês passado, tivemos a notícia de que índios yanomamis em Roraima, na fronteira do Brasil com a Venezuela, presenciaram a invasão do espaço aéreo brasileiro por helicópteros militares venezuelanos. De acordo com a imprensa venezuelana, o assunto será levado para a Comissão de Relações Exteriores. No seu entendimento, quais as conseqüências desse acontecimento para as relações Brasil-Venezuela?


DR: Toda e qualquer invasão de espaço (aéreo, marítimo e territorial) de um país gera atritos diplomáticos. Acredito que estes atritos serão resolvidos sem maiores conseqüências.


AAL: Deputado, vários países da América Latina têm optado por assinar TLCs (Tratados de Livre Comércio) com os EUA. Na sua avaliação, o Brasil deveria assinar um tratado de livre comércio com os norte-americanos?


DR: Não. Entendo que Tratados de Livre Comércio como os impostos pelos EUA são nocivos aos países de menor economia.


AAL: Muitos analistas afirmam que a postura do presidente Lula de sempre buscar consensos ao invés de tomar posições diretas e ativas facilitou a ascensão de Chávez no continente latino-americano. Na sua avaliação, essa premissa é verdadeira?


DR: A diplomacia brasileira tem uma história de eficiência e de construção de consensos. Tem também usado de um método, no qual a tolerância é importante, de muito diálogo. Entendo que a diplomacia da Venezuela, no governo Chávez, é mais agressiva no sentido político. Esse método dá a impressão de grande ascensão do presidente venezuelano, o que não significa liderança.


AAL: Qual a sua avaliação sobre a política externa do Governo Lula?


DR: Muito já se escreveu sobre a política externa do governo Lula. Entendo que é uma política que tem trazido liderança do Brasil nas negociações internacionais. É uma política eficiente de inserção do Brasil no cenário mundial.


(Equipe Arko América Latina - americalatina@arkoadvice.com.br)

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